Vereadores elegem nesta terça-feira o novo presidente do Legislativo para o exercício 2018.
A história das eleições para presidente da Câmara de Sorocaba mostra que até uma hora antes da votação tudo pode acontecer. Só por isso o vereador Marinho Marte (PPS) não sai cantando vitória e o candidato à reeleição, Martinez (PSDB), ainda não jogou a toalha.
Em 2001, tanto Marinho quanto Martinez eram vereadores quando o então pedetista Gabriel Cassiano tinha certeza da sua eleição. Resultado, quando foram contados os votos quem tinha assinado a lista (como essa publicada ao final da matéria) votaram no adversário.
“Fiz tudo o que podia fazer”, disse na segunda-feira, às 15h, ao BOM DIA, Martinez. “Agora claro que ainda podemos fazer muito mais, você se lembra da eleição do Gabriel?” pergunta ao jornalista numa referência à história contada acima.
O fiel da balança é o PV, porque tem dois vereadores e todos os cargos de confiança na Secretaria do Meio Ambiente. Tem os cargos, mas não a secretaria. O PV queria Felipe Canuto Gomes, mas o prefeito Vitor Lippi escolheu a Jussara de Lima Carvalho. Resultado, agora o PV tem dois votos e até o fechamento dessa edição todos indo para Marinho.
Como Anular o Voto
Se você quer saber como anular o voto basta realizar alguns passos, os quais irão garantir que você não escolha nenhum representante político, dessa forma, você está exercendo uma espécie de protesto com a situação do país.
Exército na rua
Martinez não quer culpar Lippi caso perca a eleição. Mas alertou: “há um exército na rua, comandado pelo deputado federal e ex-prefeito Renato Amary para derrotar o prefeito elegendo o Marinho. É o Lippi quem tem de trabalhar bastante também se quiser vencer”, explicou Martinez. Na rádio Jovem Pan, Amary disse que não tem nada com isso.
‘Prefeito segue pressionando’
Marinho Marte reuniu a imprensa na manhã de segunda-feira e entregou um documento com a assinatura dos 11 vereadores que decidiram votar nele para presidente. E foi claro em sua entrevista: “o prefeito segue pressionando, com ligações, dizendo que ‘pode fechar as portas’ de alguns cargos indicados pelos vereadores”.
O vereador Crespo (DEM) explicou que o apoio a Marinho se deve a três fatores: “mérito pessoal, alternação de poder e valorização da casa”. Segundo Crespo, “não haverá mudança de votos; nada indica uma reviravolta”.
Para o vereador França (PT), o prefeito Vitor Lippi é “quem manda hoje na câmara e não o presidente Martinez”. Para ele, a “câmara não pode ficar atrelada do jeito que está hoje ao Executivo”. Marinho foi mais enfático: “O prefeito não vai ligar aqui e decidir o que será feito”. Segundo Marinho, “o baixo clero se reuniu para se tornar representativo. Queremos a independência do poder legislativo”. Marinho está bastante confiante. “Falta materializar a votação, confio que o grupo não cederá às pressões do prefeito”. (Com colaboração de Kaio Monteiro).